sábado, 2 de outubro de 2010

Problema além das 4 linhas


Outro dia resolvi analisar melhor esse caso todo a respeito do gramado do Engenhão. Ao final, tudo me pareceu um grande jogo de empurra-empurra, marca cultural brasileira e não estranha ao cotidiano dos mais atentos.
Com o fechamento do Maracanã, para as obras da Copa do Mundo de 2014, ficou acordado entre cartolas, empresas e instituições que as equipes do Botafogo, já dono da casa, Fluminense e Flamengo, estes últimos naturais às partidas no Maracanã, jogariam as partidas de seu mando de campo no Estádio Olímpico João Havelange. Pois bem. Num campeonato de meio e fim de semana e com três clubes mandando suas partidas num mesmo estádio, o primeiro problema, claro, seria o desgaste do gramado. E foi o que se viu. Os clubes reclamam de não conseguir impor seu ritmo de jogo e toque de bola, devido ao gramado duro, careca em alguns pontos do campo e com areia em outros. Tudo bem elementar. Gramado ruim, partidas ruins, jogadores lesionados, pontos perdidos é o que se vêm ouvindo.
Para TENTAR resolver esse problema, o Botafogo deixou a cargo de uma empresa, a responsabilidade da melhora da qualidade do gramado, e revisou com Fluminense e Flamengo a questão de inúmeras partidas num tempo curto. As críticas, porém, não param um só instante. Como em geral é mais fácil apontar culpados do que tentar resolver problemas, ficou costumeiro culpar um ou outro envolvido no assunto.
A CBF é claro não podia ficar de fora. E a meu ver é citada com razão por quem reclama. Brasil, detentor de cinco títulos mundiais, não pode ter uma Confederação indiferente a um problema que a longo prazo incomoda mais ainda. Estamos às vésperas de uma Copa do Mundo e Olimpíadas e para quem achou o início da frase exagero, recorreu mais uma vez ao jeitinho brasileiro do tudo vai sendo empurrado com a barriga para que no final dê certo. O México tinha todo o aparato pronto para o Pan de Guadalajara que acontece em 2011, antes do Pan de 2007 começar e que isso sirva de lição. Se uma questão tão simples como o cuidado com um gramado e a organização de um Campeonato Nacional afetam nosso país é melhor que as instituições envolvidas neste assunto comecem a se preocupar e a trabalhar para a construção ou modernização de estádios, estacionamentos, ginásios, transportes, lanchonetes, parques e complexos esportivos, áreas de lazer e outros requisitos necessários para realização de eventos de tais proporções.
Já provamos que somos capazes de sediar tais eventos, porém essa brincadeira de culpar um ao outro tem de parar já. Esse problema do Engenhão me parece ser uma oportunidade para que se reflita sobre o que está sendo realmente feito ou não, hoje, para que no futuro não decepcionemos a humanidade. É melhor os brasileiros repensarem essa questão e enxergarem que ela só aponta cada vez mais para fora do campo. Onde a bola de neve de problemas cada dia fica maior.

sábado, 25 de setembro de 2010

De tabela, fã e ídolo

O menino esperou por muito tempo. O jogo vai começar.
É possível ver raça em seu semblante
E depositando nele as esperanças, observa o apito do juiz
"Vamos à luta" ele deve ter pensado. À mais uma luta.
A expectativa começa "se tem alguém que pode fazer algo é ele"
"Os treinos foram fortes estamos preparados" ele pensa
"Estou bem aqui te mandando forças"
"Nós vamos vencer"

Um novo olhar de ânsia pela vitória
Com a raça antes demonstrada ele segue
Que drible..."dribla de novo"...que lance
"Foi por pouco"
E da arquibancada ele nota que seu ídolo está iluminado
De lá do campo ele vê a torcida cantar

"Tira essa bola daí!", o adversário faz 1 a 0.
"A gente precisa reagir agora"
Ele não duvida de que a reação logo virá
E no meio de campo ele pede a bola
O garoto observa a jogada que segue para o ataque
Percebendo a chegada do zagueiro ele se desloca
"É agora, ele vai marcar"
Dribla um, dois...o goleiro a frente...marcou.
"Gooooooolll"

Do vestiário ele escuta a torcida cantando
Você precisa continuar assim
Vocês precisam continuar assim

Ele desvia o olhar. Vai do ídolo ao juiz.
O segundo tempo está morno
"Parem de vaiar", eles estão lá por nós
Eu vou vencer por vocês
O coração dispara com as coisas do futebol
O jogo está quase acaband..."Pra mim"
"Faltam cinco minutos"
"Tem que ser agora"
Recebeu, chutou
"Foi alta, vai dar trave"
"Goooolll"
"Vencemos"

Em muitos casos essa é parte do sentimento
Durante um jogo de futebol
Demonstrando a confiança que é criada entre fã e ídolo
E apesar do que aconteça
Um sempre garante o outro
Como aqui a cada linha
É hora da tabela com o outro texto
Tabelo com você:
Quantas vezes você já viveu isso?
Espero que os dois, fã e ídolo, lado a lado
De tabela

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Qual o sentido da palavra monstro?


De criatura estranha às outras que causa medo, pânico ou intimidação, a palavra monstro, hoje vem sendo usada não só no futebol, mas em todo o mundo esportivo, para qualificar aqueles que apresentam bons desempenhos em sua área. Aquele ser que assombrava lendas, filmes, livros e que está presente em toda a Hitória teve seu significado mudado, apesar de ter conservado a intimidação que causa a seus adversários que por momentos não sabem se tentam superá-lo ou a ele sucumbir.
O monstro hoje tem atuação digna de aplausos. É gênio. Faz valer o dinheiro que você gastou para ver seu arsenal de criatividade e técnica. E daqui parto para nossa área favorita e para o caso mais comentado no momento.
Há algum tempo o que era uma grande promessa do Santos para o futuro tornou-se certeza de sucesso nas primeiras jogadas. O jovem Neymar é notoriamente habilidoso, provou-se junto a seus companheiros presença na hora das decisões e tornou-se, não por surpresa, um jogador de desejo do cenário internacional. Tornou-se um monstro então.
De uns tempos pra cá, mais exatamente quando tornou-se o único responsável por carregar seu time, visto as transferências de alguns companheiros e lesão de outros, Neymar vem apresentando o que alguns afirmam mudança no caráter e outros a aparição verdadeira do mesmo. Em pouco tempo, os dribles, gols, títulos e sorrisos transformaram-se numa série de episódios lamentáveis comentados não só em nosso país. Depois de ter seu nome clamado por grande parte da população para estar representando o Brasil na última Copa do Mundo, de ter sido comparado por parte da imprensa brasileira a ninguém menos que o craque Lionel Messi, de ter sido colocado como estrela maior do futebol brasileiro, de ter conseguido perdão, ao que chamo por deslize para manter o tom educado, a tudo de errado que fizesse, de ter recebido cifras astronômicas tanto de seu clube quanto o oferecimento dos europeus e de ter sido adotado como xodó por grande parte dos brasileiros, o jovem atleta chegou ao status do tudo posso.
Passou a fazer de tudo. Reclamar de faltas que todo craque recebe durante os jogos, aplicar dribles provocativos em seus adversários com a bola parada e dizer em resposta a isso tudo o que de imediato viesse a sua cabeça. Em episódio afirmou "Eu posso tudo porque sou milionário", contra o Ceará armou um espetáculo onde sabia que seus companheiros iriam sair em sua defesa que resultou numa agressão de um policial ao seu companheiro de clube Marquinhos e contra o Atlético-Go além de mais uma vez reclamar das faltas o craque abusou. Dentre os fatos mais graves, pois não quero aqui fazer sensacionalismo com o que outros jogadores também fazem, disse " Esse maluco do c*... não quer me dar o pênalti" após sofrer o pênalti e não ter recebido ordem para cobrá-lo por parte do seu técnico Dorival Júnior, porque já havia desperdiçado outros. Em duas jogadas em que poderia ter feito gols claros, Neymar preferiu esperar a marcação chegar para fazer gracinhas que em nada resultaram e em resposta a isso mais palavrões dirigidos ao técnico e ao capitão Edu Dracena.
A família afirma ter educado o jovem. O técnico René Simões diz que ele deu exemplo de pessoa mais mal-educada que ele já viu. Parte da imprensa insiste em protegê-lo afirmando que ele é jovem e só precisa amadurecer. Outra parte da mesma está cansada das atitudes do rapaz. A diretoria do Santos ontem deu sua opinião com relação ao caso. Demitiu o técnico do Santos por ter barrado Neymar para mais um jogo, devido ao mal comportamento do atleta.
Todo jovem tem dúvidas e motivos para revolta. Um craque que não tinha muito e agora pode comprar o que bem lhe vier na mente não é motivo de desculpa. Isto tudo é uma questão de caráter, pois existem jogadores e outras pessoas de mesma idade de Neymar que passaram pela mesma elevação de status e nada disso fizeram. Eu acho que o monstro, por enquanto, voltou a ser o antigo. Só tem vontade de causar medo e problema a todos.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vitória em boa hora


O Clube Atlético-Mineiro, de grande importância no cenário do futebol brasileiro, atualmente não passa por bons momentos que tanto geram surpresa de alguns como confirmação das expectativas de outros. O time ocupa, hoje, a penúltima posição na classificação do campeonato, com nove derrotas em treze jogos disputados, vem de seis partidas consecutivas sem vitória, sendo uma delas válida pela Copa Sul-americana e um baita problemão para resolver.
Devo confessar que não estou inclinado em aceitar que seu time vá continuar na situação em que está ou pelo menos não deveria estar passando por ela. O Atlético possui o melhor Centro de Treinamento brasileiro, conta com o técnico Luxemburgo, de longe considerado ótimo técnico, e com um elenco que possui dentre as peças principais, Diego Tardelli, Ricardinho, Diego Souza, Daniel Carvalho e Edison Mendéz. Este é um grande fator que certamente contribui para ajudar um time em boa fase, mas falta ainda um estímulo.
O time enfrenta os dois próximos adversários jogando em casa e precisa do apoio de sua torcida. Dois adversários que por sinal não são nenhuma dor de cabeça. Hoje, encara o Grêmio Prudente, disputando uma vaga para seguir firme na Copa Sul-americana, bastando vencer por qualquer placar e sábado encara o Guarani pelo Brasileirão. O time comandado por Luxemburgo tem nas mãos a chance de espantar de uma vez a crise e viver dias melhores. Além de todo o suporte que tem no CT, de jogadores e técnicos renomados, três medidas ainda precisam ser tomadas. A primeira é a mudança de postura de Luxemburgo, que apesar de ter currículo indiscutível, insiste em se portar mal diante da imprensa, como já fez nosso outro queridíssimo, precisa responder educadamente os jornalistas e aceitar as derrotas como primeiro passo para melhorar. Este momento, creio eu, não deve servir para o técnico culpar o mau treinamento devido a sua falta de mobilidade pelo estado de saúde em que se encontrava, e nem culpar o time por falta de vontade, pois acredito que ninguém gosta de perder. A segunda é utilizar-se de uma estratégia para contar com um grupo e não só jogadores fortes, pois Brasileirão é conhecido por derrubar os clubes que não se cuidam ao longo da competição e só prioriza os destaques na festa de melhores do ano. E a terceira é deixar o comando da equipe nas mãos do ténico Luxemburgo e não o demitir, pois torno a dizer ele tem currículo para melhorar a situação do Galo Mineiro. Basta vencer.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Zebra vermelha e branca


Pintou a primeira grande zebra em um jogo da Copa e ela se chama Suíça. E logo contra uma das seleções que mais esperávamos para ver jogar, a Espanha.
A Espanha nunca havia perdido para a Suíça. Foram, ao longo da história, 15 vitórias espanholas e 3 empates. Porém, com o perdão do uso costumeiro, para tudo na vida tem-se a primeira vez. Os espanhóis entraram em campo com o status , merecido, de favorito para a vitória da partida e a conquista da Copa do Mundo também, resultado de suas eliminatórias impecáveis, conquista da Eurocopa e derrota, com este jogo, de dois jogos em quatro anos. A outra foi para os EUA na Copa das Confederações no ano passado.
A Espanha tem uma seleção repleta de craques com um estilo de jogo que agrada a muitos. Com seu toque de bola refinado, com as vitórias, por jogarem quase todos em território nacional, eles ganharam a confiança de sua torcida.
Ilude-se aquele que pensa que, "o jogo é o que o placar final mostra". Os espanhóis começaram a partida envolvendo os suíços com amplo domínio da posse de bola e tentando, assim, furar seu bloqueio. A defesa suíça estava tão bem postada e povoada que a primeira grande chance espanhola só surgiu aos 23 minutos do 1º tempo, em grande lance de Piqué que não concluiu em gol. Após dois minutos, em boa cobrança de falta, a Suíça assustou a Espanha. E foi só. No 2º tempo, logo aos seis minutos, um lance extraordinário...de sorte dos suíços. No maior bate e rebate da história, o cabo-verdense naturalizado suíço, Gelson Fernandes marcou um gol que entraria para as páginas de livros futebolísticos. O resto da partida foi marcado pela angústia dos espanhóis por não marcar e que, ainda assim, mantinham o toque de bola, e por duas bolas na trave. Uma para cada lado. Em um lance Xabi Alonso quase arrancou a baliza ao acertar o travessão. O outro foi mágico. O suíço Derdiyok invadiu a área espanhola, driblou a defesa...titular do Barcelona (diga-se de passagem) e pela primeira vez na Copa arrancou, sonoros e mais altos que as vuvuzelas, "Oooh!" e "Uuuh!" das arquibancadas, ao acertar a trave. Fantástico. E asssim a Suíça, pela primeira vez, venceu a Espanha e está com grandes chances de se classificar em primeiro lugar de seu grupo.
Apesar da derrota, a qual já tem o nome na Espanha de "Mourinhada", comparando a retranca sobrevivente da Internazionale contra o Barcelona, em partida válida pela UEFA CHAMPIONS LEAGUE, ao final da partida, em Madri os torcedores aplaudiram os jogadores espanhóis. A seleção espanhola tem grande carinho de sua imensa plateia.
Com a derrota, há uma chance nas oitavas de final, do confronto entre Brasil e Espanha. Vou dizer-lhes que, com o coração brasileiro, prefiro encarar o bloqueio suíço e não a magia espanhola. Mas, os comandados de Dunga não podem ter medo de nada se querem ganhar a taça, não podem querer escolher adversário. E vamos combinar: seria muito ruim para quem gosta do futebol bem jogado ver a Espanha eliminada ainda na 1ª fase. Que os deuses da bola decidam!
Abraços!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Sentimento renovado


Brasileiro quando é desafiado não facilita nunca para o adversário tanto dentro quanto fora de campo. E quando digo fora de campo, me refiro ao torcedor e é nele que vamos nos deter agora.
A Copa do Mundo de 2006 era tida como ganha pelos torcedores brasileiros. A festa já estava armada e nada poderia dar errado, pois em campo tínhamos uma constelação de craques que garantiriam tudo para nós. Partindo desses princípios, a torcida do Brasil entrou na Copa da Alemanha sem acreditar que teria fortes surpresas e emoções. E foi dessa forma, fria e sendo eliminados nas quartas, da fase eliminatória, que não "vivemos" a última Copa do Mundo.
Novamente, quatro anos se passaram e outro Mundial chegou, desta vez, na África do Sul. Durante esses quatro anos alternamos períodos de certezas e dúvidas, contentamento e revolta, e sempre tendendo para o lado negativo. Porém, em tempo de Copa, quanto mais nos aproximamos dela, os sentimentos dos torcedores renovam-se, nos unimos adotando a seleção e a sua causa, e um nacionalismo gigante estampa-se em todo lugar.
Os brasileiros estão, mais uma vez, unidos e com uma necessidade extremamente positiva de provar-se, outra vez, perante ao mundo e tomara que obtenhamos o sucesso pela sexta vez. Por onde passamos, vemos diversos lugares enfeitados em verde e amarelo, nas ruas as pessoas "vestem o Brasil", nos trabalhos, nas casas, nos bares e restaurantes, nas praias, vemos uma torcida que tem orgulho de precisar fazer o que não precisou em 2006: torcer.
Ontem foi a estreia da Seleção Brasileira na Copa de 2010. O adversário foi a Coréia do Norte. Um adversário fraco, é verdade. Porém, na rua não se via uma pessoa que não estivesse acompanhando o jogo e torcendo. No 1º tempo, a seleção não criou chances claras de gol, arrancando emoções da torcida em um chute ou outro ao gol. A angústia e a espera pelo gol só aumentavam e o empate permaneceu. No 2º tempo, a seleção voltou melhor, tocando bem a bola e foi assim com dois bons passes que o Brasil conseguiu marcar. No 1º gol, Elano passou para Maicon que contou com a saída precipitada do goleiro para fuzilá-lo. No 2º, Robinho lançou Elano e este, frente ao goleiro, concluiu de forma precisa para ampliar a vantagem. Ao final da partida, aproveitando-se da desatenção da defesa, os norte-coreanos empataram e o nome do jogador que fez o gol fica por conta da imaginação de vocês. Robinho e Juan mantiveram-se num nível superior aos outros que jogaram. Placar final: 2 a 1 para o Brasil.
Nos dois gols que o Brasil marcou, a torcida comemorou com mais vontade do que todos os gols que fizemos em 2006. Foi apenas a estreia, pessoal. E estreia é assim mesmo. A seleção norte-coreana joga muito fechada e nosso estilo de jogo é o contra-ataque. O Brasil precisa melhorar. Kaká e Luís Fabiano precisam jogar bem, pois junto com Robinho formam um trio de ouro, e Dunga precisa deixar o conservadorismo de lado e substituir, mesmo que cedo, se assim for preciso. Nossa torcida não deve desanimar. Devemos manter a confiança, torcer mais que todos no mundo (com o jeito que só o brasileiro sabe) e orgulhar-se de termos mudado o jeito de pensar para poder assim ter não somente um time, mas também uma torcida vencedora. Fico por aqui, pessoal, e sigo esperando que eu possa lhes contar mais seis capítulos sobre a nossa seleção!
Tchau, até mais!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pátrias bem globalizadas


A Copa do Mundo da África do Sul conta, nada mais nada menos, com 75 jogadores que não defenderão seu país de origem. Quando é permitido um jogador se naturalizar? Quantos jogadores naturalizados podem ter numa seleção? Os empresários visam somente os lucros? O que realmente o jogador se considera? Qual a sua história? Isto é bom ou não? Vejamos agora.
Vivemos na era das comunicações, onde o mundo é conectado de forma ampla e global. No futebol, esse aspecto não é diferente. Pelo contrário, traz exemplos bem claros e um deles é a naturalização de atletas que nasceram em um país, porém por diversos motivos defendem outros nos gramados.
Já aconteceram inúmeros debates, reuniões e discussões a respeito da naturalização do jogador. O que não deve ocorrer é tomar-se um aspecto ou um exemplo negativo e taxá-lo quando tratar a todos os outros casos, como muitos fazem. A análise de caso a caso deve ocorrer de forma a utilizar-se do bom senso e deter-se ao livre-arbítrio do jogador de acordo com as normas do futebol.
Um jogador que nasceu no Brasil tem pais italianos, foi ainda bebê para a Itália e lá foi criado, é um exemplo que deve ser tratado com muito respeito. Se perguntado sobre o que ele se considera, acredito que vá dizer que é cidadão italiano, e nada deve impedi-lo de defender a pátria que ele escolheu. Agora, vejamos um atleta que nunca teve oportunidades no Brasil, é brasileiro, transfere-se para a Dinamarca e por lá vive e joga durante 20 anos. Se o povo o acolheu, se lá ele se sente bem e se tem o sonho de vestir a camisa de uma seleção, o que o impede de se naturalizar? Estes exemplo são provas de que o caso "naturalização no futebol" deve ser tratado com muito cuidado.
Porém, nos últimos tempos, as pessoas vêm se esquecendo da humanidade e priorizando os lucros. Os empresários não podem e não devem se esquecer de que todo jogador é um ser humano. Meninos que não tinham sequer um prato de comida recebem ofertas de gananciosos para jogar, ainda muito jovens em grandes clubes visando sua naturalização e todos os lucros futuros que vêm junto caso ele seja realmente bom. Quem não quer uma vida boa? Só os resta aceitar.
As autoridades do futebol, os próprios jogadores, pais e clubes devem ficar atentos a essa naturalização imposta que serve, cada vez mais, para contribuir negativamente e destruir o sonho de quem quer ou não representar a sua ou outra seleção. As seleções também não devem visar a ganância da vitória promovendo a naturalização em massa.
Enfim, o que se observa é que o jogador deve ser tratado com prioridade e que este, por favor, saiba o que está fazendo. Devemos, sim, deixar que os atletas continuem a se naturalizar, julgando cada caso de forma correta. Os jogadores tem sonhos de criança e se respeitamos os desejos das crianças, por que mudar agora? Jogar futebol, vestir a camisa de uma seleção e jogar uma Copa do Mundo defendendo aqueles que você ama. Para que proibir sonhos tão bonitos? É muito mais fácil proibir o sonho dos gananciosos. Pensem nisso! Viva a magia de jogar! Viva o jogador de futebol!
Um abraço!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Garotada boa de bola


Os críticos e pessimistas diziam que a Alemanha não postulava entre as seleções favoritas para o título devido ao grande número de cortes por lesões, por ter um time jovem e pela ausência de um grande talento. Pois bem. Contrariando a desconfiança, o jovem time alemão, o qual tem média de idade abaixo dos 25 anos, começou sua apresentação na Copa do Mundo de forma brilhante.
Ao 1º jogo, eles demonstraram o melhor futebol, melhor conjunto e aplicaram, até aqui, a maior goleada do Mundial sobre uma seleção que costuma marcar forte, a Austrália.
A seleção alemã combina o talento de jovens como os meias Özil, Schweinsteiger e Müller e o atacante Podolski, que justamente por serem jovens possuem muita sede de consagração, com a presença do experiente atacante Klose de 32 anos, participante das duas últimas boas campanhas alemãs e que deseja bater as marcas de Gerd Müller (14) e Ronaldo (15) de gols em Copa do Mundo, o alemão já tem 11. Além disso a seleção ainda possui boas peças de reposição no banco de reservas como Kiessling, Cacau e Mario Gomez, conta com o técnico Joachim Löw que foi assistente de Klinsmann na última Copa e sabe muito bem como funciona a casa, e o peso da camisa alemã dispensa comentários.
As observações acima se apresentaram no jogo de ontem. Özil armou boas jogadas. Podolski e Klose marcaram. Müller em grande jogada deixou o dele e Cacau, vindo do banco completou a goleada. 4 a 0 de bom tamanho para a estreia.
Essa história de que juventude é sinônimo de inexperiência está, cada vez mais, caindo por terra. Os garotos, agora, chamam a responsabilidade para si e não tomam conhecimento dos adversários. E é assim que deve ser. Acrescentem todos os jogos da Alemanha às suas listas de jogos para assistir e na de quem eles já estavam, parabéns! Vale a pena conferir o futebol de um time que traz muita habilidade e vontade de vencer. Essa garotada, com certeza, não veio só a passeio, amigos!
Tchau, até mais.

domingo, 13 de junho de 2010

Olho vivo na fera


É no mínimo curioso ver a torcida argentina ainda duvidar de que Lionel Messi possa levar sua seleção a fazer uma grande campanha na Copa. A justificativa por parte dos torcedores não é exclusividade de Messi. Eles alegam que, assim como acontece com outros craques, o argentino não repete o bom futebol apresentado em seu clube na seleção.
Messi completará 23 anos durante a Copa, já conquistou todos os títulos que um jovem de sua idade possa sonhar (que vão desde as seleções de base da Argentina até o Barcelona), além de ser detentor do título de melhor jogador do mundo. Quem nunca sonhou em ganhar o mundo? No Planeta Bola isso se consegue quando se ganha a Copa e é isto que o craque quer.
O camisa 10 da Argentina começou o primeiro jogo da seleção no Mundial demonstrando que está com fome de bola e quando se trata de alguém com futebol de tal magnitude, não há de ser bom para os adversários. Messi passou o jogo, mais uma vez, encantando a todos com seu ótimo futebol. Demonstrou raça e vontade, correu bastante, gastou passes e jogadas de seu vasto repertório, e só não marcou gols porque Enyeama, o goleiro nigeriano, teve grande atuação.
O que se vê no semblante, ainda menino, de Messi, é que ele está com vontade. Quer, em meio aos outros craques (Kaká, Robinho, Cristiano Ronaldo, Rooney, Robben, Xavi), ser o grande nome da Copa, voltar pra casa com a taça nos braços, alegrar os argentinos como fazia Maradona e fazer de um boato sobre o peso da camisa, apenas um mito. É o melhor momento de Messi até hoje e olha que o craque já fez muitíssimo! A fera está solta! E nós não estamos num Safari.
Abraços e até mais.

sábado, 12 de junho de 2010

O poder de uma nação


Como foi bonito ver os jogadores sul-africanos entrarem em campo entoando cânticos assim como faziam seus guerreiros ancestrais ao irem para a guerra. Agora, a guerra é outra. Não tem armas, mas acreditem: a garra será a mesma. Ela acontecerá dentro das quatro linhas e nela os protagonistas tem, segundo eles, o objetivo de orgulhar a nação. Como foi bonito ver os torcedores em êxtase e com uma felicidade particular ao continente. Como foi bonito ver a figura de Nelson Mandela ser exaltada. Como foi bonito ver a atmosfera do Soccer City durante o gol de Tshabalala. Como foi bonito ver a humanidade emocionada.
Geralmente, a seleção anfitriã tem sua torcida aumentada pelos que não têm representantes na Copa ou como segunda seleção de cada torcedor. Ainda mais se ela for de menor expressão e tiver, no caso da África do Sul, todo um aspecto histórico de superação. E foi o que se viu no primeiro jogo da Copa do Mundo de 2010.
A seleção sul-africana, muito limitada e dependente de Tshabalala e Pienaar, começou o jogo muito nervosa, tamanha a sua responsabilidade perante a torcida. Era visível no rosto de cada jogador que eles sabiam estar fazendo parte de um momento histórico muito importante e isso às vezes assusta a quem não está acostumado. Os mexicanos aproveitando-se disso criaram as melhores chances do primeiro tempo, porém neste, o placar não foi inaugurado.
Os sul-africanos, liderados por Tshabalala, começaram o segundo tempo de forma mais organizada, com envolventes toques de bola e logo aos dez minutos fizeram o estádio estremecer. Recebendo bom passe de Mphela, Tshabalala invadiu a área mexicana e com um chute, que parece ter recebido a força de todo o país, fuzilou o goleiro mexicano. 1 a 0. A África do Sul teve mais duas chances claras para marcar, porém tamanho era o estado de graça e ansiedade dos jogadores, as desperdiçou. E então, aos 34 minutos do segundo tempo as vuvuzelas se calaram pela primeira vez. Após cruzamento na área, o zagueiro Rafa Márquez empatou a partida. Foi um choque, mas os guerreiros sul-africanos não podiam desanimar. Empurrados pela torcida, pelo som de milhares de vuvuzelas, pelo direito de sonhar e trazer orgulho a um povo marcado pelo seu passado, e assim como fez a Alemanha em 2006, ter o poder de mostrar ao mundo uma nova face, não marcada pela união de negros e brancos, mas sim representada pelo cidadão sul-africano através de sua torcida, os jogadores silenciaram pela segunda vez as vuvuzelas quando aos 44 minutos, Mphela carimbou a trave e deu fim ao jogo que terminara, assim, empatado.
Está provado, minha gente. A seleção sul-africana jogará esta Copa superando suas limitações com o poder de sua nação. No ritmo do "vuvuzelaço" e inspirados nos "Invictus" sua torcida fará a diferença, criando a cada jogo uma atmosfera que agrega toda a história de seus povos, passa por Mandela e aterrisa no Mundial de 2010. Com certeza, isto estimula quem está em campo. Somos todos humanos e se quem está de fora sente, imaginem os jogadores.
Os sul-africanos não devem desanimar por ter deixado a vitória escapar. Devem usar este resultado para superar-se nos próximos jogos. Coloquem seus corações nas pontas de suas chuteiras e deixem que cada torcedor doe o dele para nutrir suas forças em campo. Salve África do Sul! Boa Sorte!
Um abraço e até a próxima.

terça-feira, 8 de junho de 2010

É tempo de Copa do Mundo

Em época de Copa do Mundo a atmosfera brasileira sofre uma grande transformação. Os problemas são momentaneamente esquecidos em prol da união para a conquista de um sonho. As pessoas tendem a se aproximar como num amor de verão. A medida que ela vai se aproximando já podemos observar lojas, avenidas, ruas, lares e bares decorados em verde e amarelo e carregados de toda a criatividade do torcedor. Pois bem. É isso que observo hoje, meus amigos. E, acredito eu, como a maioria de vocês, estou muito ansioso para o início do Mundial.
Sexta-feira ele chega de vez na África do Sul e assim como em 2002 recebe as boas vindas de um novo continente. Os sul-africanos tem o desejo e a responsabilidade de mostrar ao mundo, tudo o que não vem à mente de imediato quando ouvimos a palavra África. Excelentes partidas, gols, show da torcida, belas jogadas, um futebol de alto nível portanto, e claro, a paz, pois não queremos que um povo que sofreu tanto às nossas costas, sofra mais ainda agora que lhe voltamos os olhos.
A Copa do Mundo de 2010 chega com sonhos renovados, novos craques e delegações representando o desejo de bilhões de torcedores. Eu sou um destes e como bom brasileiro espero que no dia 11 de julho nossa seleção sagre-se HEXACAMPEÃ MUNDIAL. Estamos todos desconfiados mas devemos torcer pelos que lá estão nos representando. Nossa seleção tem ótimas individualidades. Mas e o grupo? O grupo também passou pelas provas das últimas Copa América e das Confederações. Então precisamos mais uma vez somente torcer e que fique a cargo de cada um, é claro.
Em 1994 e 2002, o Brasil passou pelas mesmas dificuldades e desconfianças e ao final todos sabem o que aconteceu. Este blog lhes apresentará redações ao longo da Copa e continuará a falar de futebol após seu término. Volto a lhes falar no dia da estreia. Bem, meus amigos e amigas, me despeço aqui e eu espero que possa lhes contar 7 capítulos sobre a nossa seleção. Muito obrigado, até mais e não se esqueçam que a distância nos afasta, mas a internet nos aproxima. O futebol ainda mais.