terça-feira, 15 de junho de 2010

Pátrias bem globalizadas


A Copa do Mundo da África do Sul conta, nada mais nada menos, com 75 jogadores que não defenderão seu país de origem. Quando é permitido um jogador se naturalizar? Quantos jogadores naturalizados podem ter numa seleção? Os empresários visam somente os lucros? O que realmente o jogador se considera? Qual a sua história? Isto é bom ou não? Vejamos agora.
Vivemos na era das comunicações, onde o mundo é conectado de forma ampla e global. No futebol, esse aspecto não é diferente. Pelo contrário, traz exemplos bem claros e um deles é a naturalização de atletas que nasceram em um país, porém por diversos motivos defendem outros nos gramados.
Já aconteceram inúmeros debates, reuniões e discussões a respeito da naturalização do jogador. O que não deve ocorrer é tomar-se um aspecto ou um exemplo negativo e taxá-lo quando tratar a todos os outros casos, como muitos fazem. A análise de caso a caso deve ocorrer de forma a utilizar-se do bom senso e deter-se ao livre-arbítrio do jogador de acordo com as normas do futebol.
Um jogador que nasceu no Brasil tem pais italianos, foi ainda bebê para a Itália e lá foi criado, é um exemplo que deve ser tratado com muito respeito. Se perguntado sobre o que ele se considera, acredito que vá dizer que é cidadão italiano, e nada deve impedi-lo de defender a pátria que ele escolheu. Agora, vejamos um atleta que nunca teve oportunidades no Brasil, é brasileiro, transfere-se para a Dinamarca e por lá vive e joga durante 20 anos. Se o povo o acolheu, se lá ele se sente bem e se tem o sonho de vestir a camisa de uma seleção, o que o impede de se naturalizar? Estes exemplo são provas de que o caso "naturalização no futebol" deve ser tratado com muito cuidado.
Porém, nos últimos tempos, as pessoas vêm se esquecendo da humanidade e priorizando os lucros. Os empresários não podem e não devem se esquecer de que todo jogador é um ser humano. Meninos que não tinham sequer um prato de comida recebem ofertas de gananciosos para jogar, ainda muito jovens em grandes clubes visando sua naturalização e todos os lucros futuros que vêm junto caso ele seja realmente bom. Quem não quer uma vida boa? Só os resta aceitar.
As autoridades do futebol, os próprios jogadores, pais e clubes devem ficar atentos a essa naturalização imposta que serve, cada vez mais, para contribuir negativamente e destruir o sonho de quem quer ou não representar a sua ou outra seleção. As seleções também não devem visar a ganância da vitória promovendo a naturalização em massa.
Enfim, o que se observa é que o jogador deve ser tratado com prioridade e que este, por favor, saiba o que está fazendo. Devemos, sim, deixar que os atletas continuem a se naturalizar, julgando cada caso de forma correta. Os jogadores tem sonhos de criança e se respeitamos os desejos das crianças, por que mudar agora? Jogar futebol, vestir a camisa de uma seleção e jogar uma Copa do Mundo defendendo aqueles que você ama. Para que proibir sonhos tão bonitos? É muito mais fácil proibir o sonho dos gananciosos. Pensem nisso! Viva a magia de jogar! Viva o jogador de futebol!
Um abraço!

Um comentário:

  1. Jong Tae-Se acaba de chorar ao ouvir o hino norte-coreano e perceber que estava realizando o sonho de disputar uma copa do mundo! Além disso pediu ao repórter que dissesse que sua pátria é a Coréia do Norte, seleção que ele defende(o jogador nasceu no Japão). Naturalização assim é válida!

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