sábado, 2 de outubro de 2010

Problema além das 4 linhas


Outro dia resolvi analisar melhor esse caso todo a respeito do gramado do Engenhão. Ao final, tudo me pareceu um grande jogo de empurra-empurra, marca cultural brasileira e não estranha ao cotidiano dos mais atentos.
Com o fechamento do Maracanã, para as obras da Copa do Mundo de 2014, ficou acordado entre cartolas, empresas e instituições que as equipes do Botafogo, já dono da casa, Fluminense e Flamengo, estes últimos naturais às partidas no Maracanã, jogariam as partidas de seu mando de campo no Estádio Olímpico João Havelange. Pois bem. Num campeonato de meio e fim de semana e com três clubes mandando suas partidas num mesmo estádio, o primeiro problema, claro, seria o desgaste do gramado. E foi o que se viu. Os clubes reclamam de não conseguir impor seu ritmo de jogo e toque de bola, devido ao gramado duro, careca em alguns pontos do campo e com areia em outros. Tudo bem elementar. Gramado ruim, partidas ruins, jogadores lesionados, pontos perdidos é o que se vêm ouvindo.
Para TENTAR resolver esse problema, o Botafogo deixou a cargo de uma empresa, a responsabilidade da melhora da qualidade do gramado, e revisou com Fluminense e Flamengo a questão de inúmeras partidas num tempo curto. As críticas, porém, não param um só instante. Como em geral é mais fácil apontar culpados do que tentar resolver problemas, ficou costumeiro culpar um ou outro envolvido no assunto.
A CBF é claro não podia ficar de fora. E a meu ver é citada com razão por quem reclama. Brasil, detentor de cinco títulos mundiais, não pode ter uma Confederação indiferente a um problema que a longo prazo incomoda mais ainda. Estamos às vésperas de uma Copa do Mundo e Olimpíadas e para quem achou o início da frase exagero, recorreu mais uma vez ao jeitinho brasileiro do tudo vai sendo empurrado com a barriga para que no final dê certo. O México tinha todo o aparato pronto para o Pan de Guadalajara que acontece em 2011, antes do Pan de 2007 começar e que isso sirva de lição. Se uma questão tão simples como o cuidado com um gramado e a organização de um Campeonato Nacional afetam nosso país é melhor que as instituições envolvidas neste assunto comecem a se preocupar e a trabalhar para a construção ou modernização de estádios, estacionamentos, ginásios, transportes, lanchonetes, parques e complexos esportivos, áreas de lazer e outros requisitos necessários para realização de eventos de tais proporções.
Já provamos que somos capazes de sediar tais eventos, porém essa brincadeira de culpar um ao outro tem de parar já. Esse problema do Engenhão me parece ser uma oportunidade para que se reflita sobre o que está sendo realmente feito ou não, hoje, para que no futuro não decepcionemos a humanidade. É melhor os brasileiros repensarem essa questão e enxergarem que ela só aponta cada vez mais para fora do campo. Onde a bola de neve de problemas cada dia fica maior.

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